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Papiro

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O que fazer quando a frieza do gélido coração alheio afetar o teu? Escreve moça, escreve, não para que cesse a dor, mas para que se esvazie o peito e os pensamentos todos nublados e esvoaçantes se assentem no território de teu corpo. Abandona este romantismo bobo e vil com que te ensinaram a amar.  Se reveste da força de teu pranto e aprende de uma vez que se não faz bem não vale a pena.  Quantos mais serão necessários para dar fim a esse vício?  Melhor seria se nunca tivesse  sido? Não!  Melhor seria se tivesse sido e encerrado com palavras duras.  Assim, não restaria nenhum elo, nenhum consentimento. E  então, sem nenhuma afetividade seguíssemos nossos rumos rotos. Agora, eu que sempre sofro, choro e lamento, só quero escrever. Não pra eternizar, mas para me limpar desses detritos que fazem mal.  Que já não cabe na mulher em mim. Que não tem laços com a vida que escolhi e tampouco merece que dispense tempo a lamentos e dores.  Ces' t finnite em nome de verdadeiros