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Das dores

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                                                               IMAGEM DO GOOGLE Há momentos em que a tristeza toma conta Até das piscadelas de olho E todo corpo dói É como se o peso do mundo estivesse em teus ombros E você não consegue enxergar um possível horizonte. Todo mundo te chama de forte, Pensa que tua capacidade de aguentar tudo é grande Acha que teu limite não chega. Ledo engano, É tudo tão igual e humanamente frágil, Demandas, responsabilidades, projeções Tudo parece ter sido criado pra te oprimir E limitar tuas forças A respiração fica ofegante Os batimentos na sofreguidão descompassam E escrever parece a única calma O único remédio Não para salvar, ou para conter Feito barragem de rio transbordante Em meio à correnteza desesperada E sim para gritar alto uma dor A dor de uma imposição Da falta de empatia A dor que nos obriga a ser feliz E imbrinca padrões Em tempos de redes sociais Toda tristeza será castigada

A minha maneira de amor

Definitivamente hoje Eu entendi Olhando a paisagem Caatinga verde florescer Aguadas cintilantes de um pôr do sol no sertão Aponte, vento e reflexão Entre um arrepio e outro Eu finalmente entendi Não sou metade de ninguém nesse mundão Eu sou inteira minha De um jeito forjado com labor e dor Mas se quiser somar, vem! Se pensar assim também É leve, é livre na liberdade do ser É desconstrução e reinvenção Como a simplicidade de uma paisagem O horizonte A estrada retilínea e vazia O pássaro que pousa na árvore Mas cada um é um E pensa, age, sente e fala diferente Mas tem na decisão do querer aqui e agora A força do amor que não constrange Não machuca, não prende e nem domina É uma alegria de canto de boca Mas que alimenta todo o ser Simples e forte, como é o sertão Basta apreciar a paisagem. Ana Paula Duarte, 08 de junho de 2018.

Quem o quê?

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Quadrinho da Ina Carolina (facebook) Vi essa foto no facebook e me vieram turbilhões de reflexões. A primeira delas foi parar para pensar sobre a quantidade de vezes que eu li, reli, pensei e fiz a pergunta existencial mais usual de todos os tempos: quem sou? E depois, fiquei me perguntando o porque de a gente quer tanto saber isso. E por que queremos tanto conhecer aos outros? Afinal, quem sou eu? Será que um dia entrarei num consenso comigo mesma? Eu sou o que eu vejo, ou o que vêem de mim? Será que, por acaso, sou uma projeção? E você, acha mesmo que conhece as pessoas? Acha que me conhece pelo que eu compartilho nas redes sociais? Por que convive comigo? Por que temos ou tivemos alguma história juntos? Pessoas não são postagens, situações e tampouco estanques. Pessoas mudam a cada segundo. Pessoas são as criaturas mais complicadas deste mundo. Enigmáticas, contraditórias, impulsivas, voláteis, imperfeitas, silenciosas, calmas, tristes, soberbas, egoístas, altruístas...

Erramos

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Foto autoral Se erramos! Somos humanos Passíveis Mas a pergunta que não para de latejar é Quem (o quê?) nos absolverá? Uma religião? Um juiz? Um conselho de anciãos? Uma erva sagrada da redenção Ou nossa própria consciência em extensão? Quem tirará dos nossos olhos o peso A dor que é o fraquejo A vergonha da culpa E o apontar de dedos? Quem trará leveza para a alma aturdida? Se o erro é um direito humano Que deixe de ser tão cruel Pecado, culpa, motivo de vexame e dor Se é tão normal Por que não ser naturalizado na verdade do que somos Humanos Imperfeitos Covardia essa cobrança da excelência Os grilhões da virtuosidade Nos apertam Imobilizam Desumanizam. Criam-se monstros Somos nós julgadores de armas apontadas "Quem ousou errar?" Que o pagamento seja com a frustração Com a raiva e a vergonha da deformidade A eiva, a mácula... Mas ó, É tempo de revivescer! Volta-te  para dentro Fecha teus olhos Absolve a ti mesmo, humano/a. Ana Paula