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Mostrando postagens de outubro, 2011

E a vida é só tudo isso...

      Hoje é um daqueles dias em que o corpo está frágil, a mente está tensa e os nervos à flor da pele. Quero chorar e qualquer coisa me fará chegar às lágrimas! Em dias assim prefiro me meter num casulo. É. Sem paciência, não incomodo ninguém com os meus momentos ímpares de melancolia e me fecho no meu mundinho blasé de dias nublados.       Todos temos estes dias, não é? Não sei, só sei que comigo quando acontece, tudo acaba sendo motivo para avaliações e reavaliações...Afinal, se temos tudo, por que então estes momentos tão incômodos? Os mais religiosos dirão que falta Deus, outros, que é tudo ilusão e há os céticos que dirão que não há preenchimento de vazios.       Hoje estive fitando minha avó. Ela tem 85 anos, está velhinha e tem Alzheimer. Chorei muito. É difícil a condição de idoso, e fiquei ali investigando o seu olhar perdido...Em seu silêncio ela me diz tanta coisa! Lembro quando me reclamava tanto na infância, ah, eu sempre fui difícil! E hoje, mesmo ali, sentadinha e

Orgulho de ser nordestina? Redundância!

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                                 Google imagens           Nesta última semana, o polêmico e sempre cheio de irregularidades ENEM, mais uma vez protagonizou e roubou a cena entre as notícias dos maiores telejornais do país. Havendo sérias denúncias de que mais uma vez o gabarito de uma das provas "vazou" e caiu em mãos espertas que logo trataram de lucrar com isso. O fato de um processo seletivo nacional e responsável pela inserção de estudantes na vida acadêmica em várias Universidades do país, principalmente nas Federais não pareceu ser tão importante, foi abafado, relegado em segundo plano e a própria discussão sobre a efetivação e competência desse processo, que toda vez que é aplicado é desacreditado e questionado, não foi feita, portanto, até hoje o ENEM não provou a que veio (e aí assevero uma opinião particular), por acreditar que é mais uma forma de “tapar buracos” na educação, quando na verdade, deveríamos construir um asfalto novo.            A opinião pública

O homem e o cadáver

O homem percorria o deserto com rapidez e intrepidez, ele queria chegar ao mar e muito havia de atravessar até que lá chegasse. Era um caminho difícil, mas como que num oásis em meio ao deserto, companhia encontrou para sua surpreendente jornada. Outro homem no caminho, tão obstinado quanto, também queria chegar até o mar, nunca conhecera o oceano e era um sonho nele se jogar. Mas contratempos no caminho, logo trataram de atrapalhar os amigos. Veio a lepra, e o outro homem, o seu bom amigo, acabou desfalecendo em chagas, foi-se ao chão em mazelas e não aguentou a viagem. O  homem, infeliz, sentiu-se vazio e só. E numa tentativa desesperada, atirou o corpo do amigo ás suas costas e com ele seguiu pelo deserto em direção ao mar. Assim ele não se sentia sozinho, ao menos lhe sobrava àquela matéria morta que logo se reduziria em lembranças. Passava por aldeias, vilas e cidades, atravessou o deserto com o cadáver a se desmanchar, de dias e dias a putrefar, de longe se podia sen

Mais uma sobre árvores...

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Google imagens         O umbuzeiro, ali no meio do sertão de chão rachado e muita poeira, entre folhas verdes-raras. É dele que brota aquele fruto azedo, o umbu, que é tão delicioso e com eles fazemos sucos e até doces que nem de longe lembram um nome científico tão difícil quanto   ' Spondias tuberosa'.          No tupi guarani, essa árvore era conhecida como   "y-mb-u" , que significava "árvore-que-dá-de-beber",  e daí o uso coloquial do termo "imbu" ser utilizado por muita gente no Semiárido brasileiro, mais especificamente o baiano.        Uma árvore em meio ao 'Grandioso', assim se referiu Ariano Suassuna quando foi caracterizar o aterrorizador SERTÃO, este que nos é tão comum, porém que conhecemos tão pouco. Nos é tão normal encontrar o nude umbuzeiro e sua arredondada copa desfolhada durante a seca, parece estar agonizando, rezando pra Deus naquele sol quente a clamar pela chuva. Uma árvore. Só isso...E dele mais o que po