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Mostrando postagens de outubro, 2010

PÉ NA ESTRADA DA VIDA...

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   É estranho, mas retrocedo. Passos tímidos, olhar fixo, célebre em um alvo. E sempre caminhávamos lado a lado, nos separávamos nalgumas curvas, mas sempre voltávamos a caminhar juntos.    E assim foi durante grande parte da caminhada humana rumo à felicidade. E numa dessas curvas, quase não sobrevivi para voltar e te reencontrar noutra pista. Pois a dor e o medo me tomavam todo o corpo e alma. Não surpreendente, como de costume, eis que me reergui e voltei a ti.Tua face tão familiar, clara, acalentadora, só me dava a certeza de que a cada curva, mais te amava, e quando voltava, mais festa fazíamos, mais amigos éramos.    Éramos dois, sem precisar deixar de ser...Éramos, porque já não somos, porque a vida, tratou de mais uma vez, nos colocar em curvas, das quais, não saíremos ilesos, das quais, não existem retornos ou saídas. Só resta uma longa e desconhecida estrada a ser percorrida, já não seguiremos juntos.  A vida tem dessas coisas, e se aprendi contigo neste imenso caminho, é

Implícito

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Olhavam e não enxergavam, A beleza das pedrinhas por baixo do rio. Um dia, um menino de olhos iluminados Viu reluzir Abaixou-se humildemente E meteu as mãos na água. Era ouro puríssimo, de valor imensurável E toda a campina  Se ouriçou ao descobrir Que todo o tempo, o ouro esteve ali,  Em meio a outras pedras, disfarçado e comunal. Porém, bastou olhos iluminados de menino, Para tal descoberta descomunal. Ana Paula Duarte

Leonardo Boff: Com Dilma para garantir conquistas e consolidar avanços

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  DEBATE ABERTO Dilma: garantir conquistas e consolidar avanços Serra representa outro projeto de Brasil que vem do passado, se reveste de belas palavras e de propostas ilusórias mas que fundamentalmente é neoliberal e não-popular e que se propõe privatizar e debilitar o Estado para permitir a atuação livre do capital privado nacional, articulado com o mundial. Leonardo Boff O Brasil já deixou de “estar deitado eternamente em berço esplêndido”. Nos últimos anos, particularmente sob a administração do Presidente Lula, conheceu transformações inéditas em nossa história. Elas se derivaram de um projeto político que decide colocar a nação acima do mercado, que concede centralidade ao social-popular, conseguindo integrar milhões e milhões de pessoas, antes condenadas à exclusão e a morrer antes do tempo. Apesar dos constrangimentos que teve que assumir da macroeconomia neoliberal, não se submeteu aos ditames vindos do FMI, do Banco Mundial e de outras instâncias que comandam o curso

Das coisas e do medo de ser só.

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     Tem épocas na vida da gente em que aparecem tantas pessoas, a vida se enche de gentes, que fica até difícil administrar tanta atenção. Têm outras em que há quietude e solidão, onde o silêncio das ausências fala alto. Porém sem saudade, porque de alguma maneira há presença nesta falta.    Tem gente que tem pânico de viver só. Eu não. A solidão me cai bem algumas vezes. Não estou fazendo apologia ao isolamento misantropo, não se trata disso, sou um ser sociável, mas aprendi e me acostumei com estes momentos de solidão e silêncio. Já não tenho pavor de mim, já não sou tão dependente de presenças físicas. Aprendi a conviver com presenças pra além. Como isso? Não quero saber de cabimento e nexo, mas, por tantas vezes nos sentimos sós em meio à uma vasta multidão. Presenças físicas... Mas, cheias de ausência.E quando me ligo à solidão, a abraço. Aprendi a aproveitar instantes. Cubro-me com sua paz e introspecção.     Caminhar sozinho é uma das nossas primeiras grandes atividad

Sobre a Infância e o Tempo

Não faz tanto tempo, não aqui junto as minhas lembranças, de um tempo tão doce, tão grande e despretensioso. Infância, eu te tive um dia, aliás, todos nós e de ti recordamos num saudosismo ufânico! Saudade, essa palavrinha vernácula que sempre consegue nos arrancar gotinhas de lágrimas. E elas são o combustível do meu ato de agora: escrever sobre o tempo, o tempo da puerícia! As recordações são as melhores, e é engraçado lembrar em como eu queria naquele tempo, que o tempo corresse louco! Ah, minhas vózinhas lindas, ah os quintais enormes, com bichinhos e muita terra, como eu os amei! Amava aquela liberdade de não ser nada, de ficar ali, fingindo ser cigana, fingindo cozinhar folhas de língua-de-sogra, de bater nos meus primos, de ter meus primos tão perto de mim, de não ter mágoas de tios, de ter os tios tão por perto e todo mundo junto numa confusão danada! Saudade até de ser sempre o bode expiatório por ser a mais levada. Minha imaginação sempre me fez voar além

Ao Portão- Margot e suas peripécias*

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imagem do google       Barulho. Aquele ranger de ferro- velho- enferrujado. Um jardim que poderia ser lindo, mas estava seco, sem poda, sem cuidado. Uma estátua no centro. Três dragões com bocarras abertas, um esfacelava um corvo . Medo, pânico, adrenalina, aventura!      A casa desabitada por humanos, cheia de fantasmas e obscuridades. Eram estes os vizinhos de Margot. E quem mais, senão ela para atarantar as ideias da turma e inventar uma expedição à mansão Horrisson, a maior casa do bairro, tão linda, porém abandonada. E Margot foi a primeira a meter os pés e se enfiar pelo jardim, tinham que correr logo, antes que alguém da vizinhança os visse e fosse contar aos pais, que viriam correndo puxar os filhos traquinos pelas orelhas. Eram quatro. Um de óculos, cuja míopia era gravíssima, o que mais tremia das pernas. O que levava nas mãos a lanterna e um canivete, era valente e alto, e o franzino apaixonado, seguia Margot. E ela, a mais bandeirante de todos, já viajava há an

Mudar é Viver: A morte e a morte de Quincas Berro D'água.

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Lendo o blog de meu irmão Messias , passando os olhos pelas sempre sábias e ávidas palavras, não houve como não lembrar de Quincas. Joaquim Soares da Cunha aprendeu vivendo a sua morte que só poderia voltar a viver se houvesse uma mudança. Um dia despertou do seu sono dogmático e resolveu mudar. E que mudança! Quincas deve ter lido as palavras do evangelho quando relata  um morto-vivo perguntando a Jesus o que era preciso fazer para viver. E Jesus deu o diagnóstico: _Amigão, seu caso é grave, só nascendo de novo. Joaquim, com a coragem que a maioria de nós não tem, morreu. Morreu para que pudesse viver. Não barganhou com a morte, morreu mesmo, para que pudesse ter vida plena. Nasceu Quincas Berro Dágua... o "Rei dos vagabundos da Bahia", o "senador das gafieiras", o "patriarca da zona do baixo meretrício", personagem que se tornou após sair de casa chamando mulher e filha de "jararacas". A Sociedade do capital é um grande sepulcro, para os po

Amores Imperfeitos

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Lembro-me de ter já escrito sobre você. Nas cartas, em papéis já gastos, nos cadernos guardados há tempos...Ninguém sabe, ninguém nunca leu. Nem você achará provável. Mas escrevi um dia. E hoje escrevo assim, abertamente e ao mesmo tempo tão subentendido (e isso só a gente entende), por um pedido teu. Quer saber as minhas impressões a teu respeito? Entendo, não vivo a te declarar amor eterno...Não temos uma relação convencional, nunca ( E temos uma relação? É, temos sim...bem ao nosso gosto). Loucos? Talvez e de fato combinamos nisso. Somos tão livres! Você sempre me deixou livre...E talvez por isso, eu sempre vou e volto...Num vôo rasante em círculos, acabo sempre nos braços seus. E nosso desejo secreto enfim ressurge toda vez, é uma ligação inexplicável e sinceramente, não me pergunte como e nem por que...É icognoscível. E tão imperfeito que a gente ri. Somos cúmplices de nossas loucuras! Ana Paula Duarte. Ps: O vídeo abaixo complementa bastante*