Postagens

Mostrando postagens de março, 2016

Dor

Imagem
É de doer É de sangue e fel É irmandade e desordem Torpe, enche o cálice De ódio E bebe O lobo vestiu-se de cordeiro E fala manso Eu vossífero! Na minha sã loucura Ouso amar o lobo Na inocência tola de que serei poupada. O que são laços?  O que é mesmo a esperança Quando a ojeriza de um olhar  É capaz de dilacerar a alma? A vida, essa de ciclos desnivelados Nos desvela nos mais sublimes e mais vis sentimentos Pra nos mostrar o quanto é tudo uma ilusão O quanto somos e estamos Sozinhos. *Imagem do Google Ana Paula Duarte

Nova Macabéa

Imagem
Tal qual a outra, Essa Macabéa sonhava pelas ruas da cidade Não vinha da vidente Mas iria comprar o pão diário e alguns sonhos na padaria. Estribuchou-se no chão. Três tiros Mais uma negra da favela morta Mais uma pra aumentar a estatística. A hora da estrela Viria momentos depois Quando num porta-malas de um camburão Foi vista pelas câmeras Já não estava entre nós. Não foi estrela outrora Não teve direito a dignidade Não fosse a tecnologia e a interatividade, Seria apenas um número frio Mas tornou-se vítima do vil Assim que apareceu nas TVs de todo Brasil. Foto retirada dessa ótima sugestão de  leitura   Ana Paula Duarte

O amor pragmático do século XXI

Imagem
                                                                     Imagem do google Insipiente E Insípido E Objetivo E Mensurável. Usurável E Comedido E Ameno E Fatídico. Finito, Impessoal E Líquido... Ana Paula Duarte

Em minha vida uma Malandrinha

Imagem
              Há cerca de dezenove anos atrás, eu tinha dez anos, quando a minha mãe foi ao açougue comprar um bendito de um frango e lá começou a conversar com outra mulher, também mãe. Do meio para o fim da conversa, essa mulher lhe disseque havia se tornado evangélica e queria ir a uma igreja para visitar. E foi aí que minha mãe indicou a igreja que frequentava, no bairro.                 Eu nem sabia dessa conversa até um dias desses. No domingo fui à igreja, era dia de batismo e iríamos todos num ônibus fretado para uma igreja no centro da cidade. Vi que se aproximava uma mulher e seus dois filhos, uma menina mais ou menos da minha idade, de olhos muito vivos (foi o que mais me chamou atenção) e um garotinho. Eles vieram para o culto, mas como não haveria naquele dia, a senhora disse que voltaria em outra oportunidade.                 Dias depois eles voltaram à igreja, em outro domingo de manhã. Naquela época eu ajudava na classe das crianças, na Escola Bíblica Dominical, er