Nova Macabéa
Tal qual a outra,
Essa Macabéa sonhava pelas ruas da cidade
Não vinha da vidente
Mas iria comprar o pão diário e alguns sonhos na padaria.
Estribuchou-se no chão.
Três tiros
Mais uma negra da favela morta
Mais uma pra aumentar a estatística.
A hora da estrela
Viria momentos depois
Quando num porta-malas de um camburão
Foi vista pelas câmeras
Já não estava entre nós.
Não foi estrela outrora
Não teve direito a dignidade
Não fosse a tecnologia e a interatividade,
Seria apenas um número frio
Mas tornou-se vítima do vil
Assim que apareceu nas TVs de todo Brasil.
Foto retirada dessa ótima sugestão de leitura
Ana Paula Duarte
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