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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Olhe para mim

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Olhe para mim E olhe bem Veja só! Uma foto não me capta Não me rapta E nem me adapta. Quando criança, Sonhava ter olhos azuis E os cabelos lisos Esquecia de agradecer por ter olhos e cabelos, O que já é uma dádiva. E mais que isso: Esquecia de ver em mim a beleza A imperfeita Ana Certo desvio no olho Sobrancelhas imperfeitas, Orelhas grandes e ainda Marcas de espinhas que persistem E que a resolução da câmera de um celular foi feita para abrandar... Cabelos rebeldes, cheios, rodopiam e fazem brotar cachos Imperfeitos! Sem esquecer de minhas pernas tortas Ou da barriguinha saliente que os 27 anos me trouxeram. Não sou o padrão de beleza, E agora, meu bom Deus (a)? Não sou o padrão de beleza, Graças a Deus (a)! Demorei, foi custoso Mas descobrir que o que existe mesmo é beleza imperfeita Que não somos iguais E que já chega dessa crueldade para com as nossas meninas Hoje sou mulher E tenho me desfeito pouco a pouco desses traumas Impostos Orquestrados Fraudados Por uma sociedade

Um labirinto

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                                     Imagem do Google Deveria ter te entregue em mãos O famoso novelo a ser desenrolado Talvez assim terias encontrado  O caminho de volta e terminado a excursão [Mas não é mitologia Não sou Ariadne Muito menos é tu Teseu Mas é o mundo este grande labirinto.] O coração segue aflito E dói essa alma a cada possibilidade Aprendi que o silêncio é a maior lealdade Para não cair no erro de continuar a alimentar este sonho-aborto E se me dizem que demoro a esquecer Se me dizem que o melhor é não querer Ouço atentamente buscando apreender Mas a teimosia inexiste aqui é tudo querer E se quis ficar expert em dizer-te não Tudo o que consegui de fato foi abafar Todo esse amor em mim represado E essa falsa tentativa de emulação E o que me resta agora é sentir aqui E devotar todo este amor que sinto por ti  Não que esteja esperando consolações Ou que esteja buscando aspirações Já não sinto teu cheiro