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Mostrando postagens de 2015

Das elucubrações de fim de tarde numa segunda feira

                 Eu não entendo como a vida cristã tem se tornado cada dia mais pesarosa...                 Cadê a leveza? O refrigério, a revigorança e a renovação de cada manhã?                  Estamos cada v ez mais amargurados e amarguradas, cheios de normas, regras, linhas de fronteira entre o "certo" e o "errado". Nosso gatilho (os dedos) são hábeis em apontar para as pessoas e lhes sentenciar, julgar, acusar e colocar num lugar de perdição (que é sempre o inferno).                 E a cegueira fundamentalista é tanta, que acabamos por perder a admiração de pessoas importantes, tornando as relações insuportáveis. Nós e nossa intransigência, nossa ideia desfigurada, nosso maniqueísmo, hasteando a bandeira da verdade absoluta. Pondo a bíblia do lado esquerdo do braço e com um coração vazio de amor, cheio de amargura, proliferando rancores e repressões.                 Evitamos o livre pensar porque o tornamos um ato pecaminoso (e eu me pergunto por

"Que tempos são esses que temos que defender o óbvio"

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      Entre as milhares de ebulições, revoluções e coisas que tenho vivido (e muitas delas silenciado), uma das coisas que mais incomodou este meu silêncio da palavra escrita, foi a polêmica que envolveu a blogueira Gabriela Pugliese, sobretudo para mim, o que mais incomodou foi a sua resposta.      Vivemos tempos difíceis. Mesmo! Tempos em que somos ameaçados por monstros, fantasmas ideológicos, por mentiras que incitam pânico e terror, tudo isso de forma muito bem arquitetada e intencional. As pobres pessoas do mundo sofrem com a ditadura da minoria feminista, gay, ateia, esquerdista, negra, entre tantas...E agora, também há a ditadura gorda. Me façam uma garapa bem caprichada, por favor!      Tem horas que eu peço pra ficar burra e aguentar. Ser alienada pra aturar as coisas que tenho ouvido e lido por aí. Pois bem, a Pugliese, em sua justificativa para seus mais de 500 mil seguidores, desde que suas conversas com amigas nas quais ela deixa claro que mandaria nudes caso elas nã

Equidade, gênero e PME’s

Ana Paula Mendes Duarte [1] Nas discussões sobre os processos de educação que pairam no Congresso Nacional desde 2013, acerca do Plano Nacional de Educação- PNE, dos 26 deputados que votaram na Comissão Especial da Câmara dos Deputados no final de 2014 e início de 2015, 15 votaram a favor da retirada da questão de gênero no artigo 2º, e 11 votaram contra. Nisto, a questão foi retirada do texto final, o que configura um grave retrocesso na educação brasileira, que desde 2010 já tentava adicionar a questão de gênero no PNE, para que o mesmo fosse mais um instrumento em defesa da superação das desigualdades no país e que fosse o mais democrático possível, assumindo caráter laico, ético, democrático e inclusivo. A celeuma foi fomentada pelos representantes que fazem parte da chamada bancada evangélica e religiosos ( de alguns segmentos neopentecostais e setores da Igreja Católicos conservadores e fundamentalistas) que usaram como argumento de que havia a tentativa de colocar a

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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Pintura do artista Edvard Munch. Imagem do Google. Eu grito Que é pra não conter a dor Eu grito Que é pra demarcar o território E grito Porque não respeito quem sussura Grito Pra bagunçar, ameaçar, surdar Grito na multidão Precisava ser vista Mas agora só resta a solidão Estou rouca E sem voz eu grito Ninguém mais me ouve Ninguém mais me vê Eu já não tenho forças nas entranhas A dor silencia o meu grito Mas eu grito Que é pra aplacar a dor. Aníssima.

I love smartphone

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Imagem do Google Sempre é tempo de ressignificações. Alguns momentos em maior intensidade. É o caso de agora. Tenho vivenciado e observado diversas facetas da vida adulta que e têm sido decisivas nas escolhas de minha vida. Avaliações e reavaliações que, por ora tendiam para pessoas, mas que acabaram resvalando em uma segura autoavaliação de diversos aspectos. Um deles, em específico, gostaria de compartilhar aqui.      Há cerca de duas semanas atrás eu estava procrastinando na internet e encontrei um texto que falava sobre o uso excessivo de   smartphones . Me identifiquei na hora.     Mesmo que tenha realizado há meses atrás uma limpa de aplicativos inúteis e viciantes que roubavam muito do meu tempo, me desfeito do facebook e me policiando quanto ao uso do   whatsapp , resolvi instalar um aplicativo chamado   Breakfree , que faz uma checagem de quantas vezes o usuário desbolqueia o celular e transforma os dados em gráficos diários, semanais e mensais, que calcul

Distração

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Imagem do Google, releitura de O Beijo, de Gustave Klimt Era madrugada e as primeiras gotas de sereno caíam do céu. Beijei-o Beijou-me. Já não existem os galanteios. Olha-se para a boca Deseja-se e beija-a Rapidez e liquidez. Que teu beijo me seja Amuleto, caminho, perdição Beija-me com força e atração Engole-me, preenche-me e apraz. Desequilíbrio, invasão, perversão. Delírios e línguas Quem são os estudiosos do beijo? A mim basta que seja voraz.

A moça mina

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A mina namora Vai pro baile e balança As cadeiras, swingueira A mina trabalha  Frentista, motorista, passista. A mina é forte, agridoce, sabe ser bonita Tanto que não cabe na beleza padrão capa de revista Tão igual Tão batida Não segue o fluxo Muda a rima Sabe o que ela quer? Continuar dona de suas escolhas, xau. Imagem de URL do facebook Ana Paula Duarte.

Os caminhos de mim

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Imagem do google Depois de finalizar o trabalho numa planilha de Excel, eu poderia estar esgotada e cansada do pc, mas estou aqui, pensando e escrevendo. Pensando sobretudo nas relações humanas. Com ênfase nas coisas que chegam ao fim. Uma amizade, um namoro, um caminho, uma vontade. O fim é sempre traumático? É preciso viver o luto, a transição, o amargar da solidão? E quem de nós não experimentou o fim de uma amizade? Bem sabe o quão doloroso, cortante, desconcertante e muitas vezes solitário e estigmatizado isso pode se tornar. Ou quem findou um namoro ou casamento, em que o amor, todas as promessas e demais sonhos tornam-se poeira, que o vento leva. Mas não sem antes incomodar muito nossos olhos, a ponto de lacrimejar bastante! O fim de um ciclo, de uma fase, de uma verdade, ideia ou caminho antes percorrido com contundência, ideal defendido com veemência que já não faz sentido. Viver é experimentar estes fins. Mas, não é sobre os fins propriamente ditos que quer

Baladinha da saudade de mim

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Pela manhã Levanto-me a trotar Passos rápidos, não firmes Quase rasantes A pressa da manhã Esbarrante, Se ajunta A pressa da tarde Mais trotes Mais corrida Engulo a comida E volto Agora são os dedos Que tão rapidamente digitam E meus olhos se comprimem E cansam Que tanto aguardo a chegada da noite E se a cerveja gelada desce deliciante Não há tempo a perder É preciso retornar a casa O corpo cansado precisa de forças Amanhã começa tudo outra vez Espero esbarrar comigo mesmo Na próxima manhã Ou quem sabe num dia desses Me roubo pra brincar Ofegante. Ana Paula Duarte. #ripAbujamra

Outra moça

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Imagem forte do filme Um cão andaluz, parceria entre Bunuel e Dalí, em que é cortado o olho de uma mulher.¹ Esperando na janela. Quem nunca avistou uma moça na janela, a suspirar e observar a vida como se esperasse alguma coisa? Hoje em dia essa cena já não é tão comum. Por quê? O que vimos hoje são muito mais namoradeiras (aquelas escultura, geralmente de moças negras em posição de espera nas janelas) decorando a frente de casas, hotéis, prédios comerciais e etc. Talvez ela estejam ali de fato para decorar. Ou, para nos lembrar de um tempo em que as moças se debruçavam nas janelas, cheias de sonhos, aguardando por movimento em suas vidas. E geralmente, tal movimentação era iniciada por algum rapaz que apareceria para acabar com o sossego, baratinando as emoções e batucando nos corações. O nosso querido Targino Godim atentou para a moça na janela quando escreveu a canção de sucesso interpretada pelo mestre Gilberto Gil, a saber, pelo seu título  Esperando na janela ².

Duas moças

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Imagem do Google Antigamente pra ser mulher de verdade era preciso satisfazer Cozinhar, passar, lavar, calar e se submeter. Antigamente a mulher precisava ser discreta, Sua casa, seu palácio, A cozinha, seu reino. E o príncipe, ah, o príncipe... A sua razão de viver! Essa é Amélie. Seu maior desejo é ter uma família grande. Foi o que desde cedo lhe ensinaram a desejar. Imagem do Google Hoje pra ser mulher de verdade é preciso se satisfazer Hoje ela escancarou as portas do privado, do doméstico Tomou o portão e chegou às ruas. Essa é Amanda, que não é Amélia. Amanda é prendada, amasiada com o namorado. Amanda não lava e nem passa, mas cuida da casa muito bem, dividindo com seu princeso, as suas responsabilidades. Amanda não deseja ser mãe. Será Amanda uma mulher incompleta? Afinal de contas,  Qual a receita para ser mulher de verdade? Amanda se sente mulher de verdade. Ana Paula Duarte. "Cada um sabe a dor e a del

Uma moça

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Imagem do Google Eu não sei fazer café. Pareço tão independente, mas eu não sei fazer café! Se me pergunta quantos livros já li e quantos textos escrevi Ficará encantado com tanto arcabouço. Se pergunta quantas confusões já arrumei e quantos namoros desfiz Ficará estarrecido com tanta disposição. Mas eu não sei fazer café. Ferva água, em cima dela coloque o coador e adicione o pó de café. Espere subir. Está pronto. Mas eu ainda não sei fazer café. Uma decisão política.     Aníssima Duarte, das mentiras que invento para desculpar minhas incompetências na culinária básica. Com este texto, inauguro a Série A Moça. Acompanhem!

O olhar de Bia

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                                                             Imagem do Google Eu nem sei seu nome, nem tenho certeza de seu gênero. O fato é que me afeiçoei ao seu olhar. Gritante de desespero, receoso e triste. Cortante. O seu olhar deveria causar vergonha a Humanidade, pois ele está farto de desilusões, assim, tão cedo. Olhos assustados, lábios comprimidos, mordidos pelo medo. Quis torná-la íntima,  lhe dar um nome, chamei-lhe Bia. Quis lhe dar um final feliz, apesar deste mundo nem sempre nos permitir. Ah, Bia! Queria tanto te ver sorrir, te ver brincar, te ver viajar, correr, tirar fotografias... E o que te fez famosa foi justamente uma foto, tirada sem pretensão. Em que o teu sofrimento se resumiu num pavor à maquina. Mas desta máquina você não precisa ter medo. Eu queria muito, minha querida Bia, poder te contar de todos os teus direitos. E te oportunizar uma infância a qual você pensa que é fábula. De certa maneira é.  Sabe Bia, você devia ser o fut

Postagem comemorativa, 07 anos de Anaconfabulando

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 É sobre mim, portanto, é sobre o Blog! Eu detesto ter que discorrer sobre minha sexualidade em rede social, mas entendo que quando falo sobre ela é um ato político. Imagens do google Pois bem, em minha concepção a sexualidade é uma coisa muito pessoal, portanto é diversa. Eu não tenho problemas em falar sobre ela com amigos e amigas, nem com minha mãe, por exemplo. Ou simplesmente não falar com ninguém, também. O grande problema que percebi há uns anos atrás, era que quanto mais naturalmente eu falava sobre minha sexualidade e preferências sexuais, mais eu ofendia algumas pessoas ditas mais conservadoras. Com o tempo eu fui amadurecendo e vivendo a minha sexualidade com maior intensidade e menos palavras. Menos exteriorização das coisas, mais internalização. É este o meu estilo de viver a minha sexualidade. Meu corpo é o meu território. E com ele eu transgrido tantos padrões e estereótipos do patriarcado. Foi preciso até mesmo que meu corpo sofresse transformações r