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Mostrando postagens de 2013

Um dia

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Imagem do Google E chegará o dia, Poesia Em que teus versos serão lidos por ele Abraçados por aquele calor e ele saberá que me inspirou. Pois ainda hoje, a coragem não é lá a minha maior virtude e o medo da rejeição paralisa-me a oxigenação. E a minha inspiração? Ressurge a cada  começo de madrugada,  Regada a boa conversa e um bom café Poesia da nostalgia, Em tempos da falta dela Ah, os versos de tantos que sempre me salvam E dizem o que queria dizer a minha alma, Caso não tivesse engasgada. Porque ele, um dia Segurou forte a minha mão Aqueceu-me o coração E me mostrou que amar é bom. E não há aqui compensação alguma, Que não seja a tentativa de eternizar Por mais um breve momento Os dias em sua companhia E ele saberá, um dia. Ana Paula Duarte

L'âge d'or¹

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“E a colombina só quer um amor Que não encontra num braço qualquer Essa menina não quer mais saber de mal-me-quer.” [2]             Não sei se sou a Colombina, o Pierrot ou o Arlequim. Acho que por tantas vezes me intercalo sendo os três com suas características mais latentes e, ademais, eles aparecem concomitantes, perturbando meus comportamentos e minhas aspirações amorosas.             Sei que de fato minha vida se assemelha a Commedia dell'arte com toda pompa e circunstância necessária. Como o triângulo, também me faço serviçal do amor, seja ele em ‘pragma’, ‘ágape’ ou ‘philia’, por vezes é também o ‘eros’ e ainda como eles por vezes pareço  falar  latim, ou buscar o inatingível e o inalcançável.             Sou uma pierrete nata: por vezes me lamento, sofro e amo uma Colombina que mais parece o Pierrot, motivo de piada. Mas não sou de todo boba, tenho meus momentos safos, e,   assim, emerge o Arlequim de mim, malandro, divertido, desaforado e acrobático (ahaha)

Vago

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*E num mundo em que cada vez fica mais difícil externar sentimentos e emoções, ouso versar sobre o amor que habita em mim e sem medo de ser piegas. Em 13 de abril do ano corrente. Não, não ousem aqui recostar! Tem inquilino, não há espaço onde morar Não há móveis pertences registros Mas não está vago! A saudade que me devora diariamente Assinou há tempos a procuração E se encarregou de te representar. Mas você que me prometeu um dia voltar Nunca vem, nunca retorna E só a dor da saudade conforta Já tem pessoas à porta Todas querem  sentar-se ali Onde recostavas confortavelmente o meu coração Fazedor veemente de sonhos e ilusão. O teu silêncio é mais atormentador Que o medo da solidão em meio a aglomeração E a natureza há de conspirar Se no princípio a chuva abençoou tal amor E aquela Lua por tempos nos namorou. Foi um amor de inverno que marcou minha vida E a certeza de que encontros como o nosso são raros... Mas possíveis. Vem tomar teu lugar, É primavera,

Refletindo Educação e a Sociedade Capitalista

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      Na verdade, não é a interrupção da programação normal, é sim algo cada vez mais comum na minha vida: falar, escrever, enfim, respirar Educação. E falar de educação sem envolver cultura e sociedade é estanque.       Temas que se engendram e se inter-relacionam de modo dialógico, interdependem-se e influenciam ao outro diretamente. Por isso, talvez, seja tão complexo que as Instituições Educacionais em seus diversos segmentos sociais (espaços formais e não-formais) consigam estabelecer de forma dialógica essa relação na prática, implementando e garantindo assim uma educação que não apenas reflita sua cultura e sociedade, mas que a discuta, que a avalie e a transforme.        Em meus estudos dotados de muita curiosidade e paixão a cada texto, artigo e livro lido, tenho encontrado muitas informações e saberes interessantes, principalmente no campo da educação popular > educação contextualizada > educação do campo. Gostaria de socializar aqui dois vídeos nada maçantes e que

Isto fica feliz em ser útil ou da virtualização do homem

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    «A virtualização, de maneira geral, é uma guerra contra a fragilidade, a dor, a usura. Em busca da segurança e do controlo, perseguimos o virtual porque nos leva a regiões ontológicas que os perigos vulgares já não atingem. A arte questiona esta tendência e virtualiza, assim, a virtualização, porque procura, a partir do mesmo momento, uma saída do aqui e do agora, e a sua exaltação sensual. Ela retoma a tentativa de evasão. Ela ata e desata a energia afectiva que nos faz superar o caos. Em ultima instância, ao denunciar o motor da virtualização, ela problematiza o esforço incansável, por vezes fecundo e sempre votado ao fracasso, que empreendemos para escapar à morte.» Pierre Lévy              Redes sociais, o reino encantado da sociedade pós- moderna, ou, da modernidade tardia, como muitos preferem denominar. Independente da nomenclatura ou classificação, é um tempo transitório e que descentrou a identidade do sujeito "soberano" ou "humano", 

A hora da estrela no horário de pico

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Quantos moradores em situação de rua, ou como preferimos chamar popularmente de mendigos, passam por nós diariamente e a gente mal se dá conta, salvaguardo o odor forte que deixam e que só assim a gente nota e se incomoda no rastro do vento?  Alguns de nós já os enxerga como parte da paisagem dos grandes centros urbanos, misturados ao concreto das grandes cidades. E quem são eles? São os que estão a margem de nós, da sociedade...São os indigentes, são os alcóolatras, drogados, são os sem teto, sem roupa, sem dignidade...São os sem vida existindo. E para a grande maioria de nós eles são invisíveis, intratáveis e passam bem longe de nossa responsabilidade. Na maior parte do tempo não os enxergamos como nossos semelhantes, como humanos. Os enxergamos sujos, drogados, bêbados, violentos...Nós os tememos como se fossem bichos ameaçadores, mas, nos pergunto: quem os criou? Qual matéria os compõe? A resposta é simples: eles são nós, são humanos. Hoje um deles virou estrela e estamp

Me arrebate!

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E do meio pro final da conversa, minha mãe me inquiriu: - Mas afinal de contas, o que é que você quer? Eu não respondi. Eu não tenho resposta. Eu realmente não sei. Eu só sei que não é isso e que não é você. Eu quero alguém que me arrebate, e , como num paradoxo, sutilmente tire os meus pés do chão por alguns segundos. E não, você não tira os meus pés do chão, definitivamente! O máximo que consegue é me arrepiar a pele. Muitos dirão "Nossa, isso é tudo!". Mas não para mim, uma pena. É preciso um 'quê' de admiração, de coragem, de enlace e de sedução.  E entre as várias repreensões que recebo sobre minha grande exigência, autossuficiência amorosa, entojos e enjoos diante de mais do mesmo, reflito" se estou certa ou errada em minhas escolhas". E já nem acredito  em escolha certa ou errada, não é milimetricamente certa ou errada, são apenas escolhas que mais tarde seguem com consequências, que podem ser boas, ótimas, ruins ou péssimas.

Sobre os bafafás

***Agora que a poeira "baixou" dentro de mim, decidi escrever algumas linhas, na verdade, um depoimento sobre os dias de mobilização que vi se tornar onda e tomar o país. Estou aprendendo que é melhor esperar e não escrever com o sangue quente. Vai então o meu olhar despretensioso, mas, opinativo. É grande, não sei se vale a pena, mas, disponham!      O que para muitos começou com os "míseros" vinte centavos, tomou proporções nacionais, se tornando comoção pública. Estava instaurada nas maiores cidades do país uma Mobilização que num só dia quis mudar os rumos de anos e anos de políticas voltadas para as elites e  os banqueiros.              Pois bem, todos e todas os/as brasileiros/as que se engajaram nas lutas sociais foram inicialmente conclamados pela questão da pauta de transporte público gratuito, depois, a coisa se expandiu contra a corrupção, contra o alto investimento na Copa do Mundo de 2014, em seguida vieram temas como saúde, educação, reforma

Autenticidade e revolução

"Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu orgulho. Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação a justiça." Ernesto Che Guevara A leitura desse discurso de Che sobre a caracterização de um jovem comunista me remete a um episódio há um tempo atrás, em que uma pessoa riu de mim e disse que eu jamais poderia ser comunista, que isso definitivamente eu não era. Não dei

O que fazer com expectativas?

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    Bem, acho que estou começando a aprender a segurá-las apenas na minha cabeça e não abrir a bocarra aos quatro ventos. Coisa que é deveras difícil, mas que tenho exercitado. Só que fico com elas entaladas em mim. O que fazer com elas?      Ora, encaixotá-las na mente e não deixar, sob hipótese alguma que sejam compartilhadas, que desçam para o coração e que nos apaixonemos por aquela ideia nova, ou no meu caso, a velha ideia que reacende na mente.     Mas claro, a expectativa é um problema meu! Se fui eu que inventei nessa minha cabecinha-problema que pensa demais, e tanto, que acaba imaginando e fantasiando coisas. E antes que alguém venha me criticar, vou logo dizendo que todo mundo é assim, o diferencial é que as pessoas não se expõem tanto quanto eu, elas não alimentam tanto quanto... E  o que me resta fazer agora que novamente caíram por terra?     Corajosamente, lá vou eu varrer os restos, jogar no lixo os cacarecos e seguir em busca de novas e mais delas, porqu

Bloqueio de Escritor

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Um maravilhoso texto para nos deliciarmos...Gostei muiito, por isso, compartilho com tod@s @s que me visitam! Uma pena não saber o autor/a... — Por que você não escreve uma história de amor? Os dedos calejados tentavam em vão eliminar os nódulos de tensão nas costas dela. Ela estava inclinada, com os braços e tronco largados sobre o próprio colo e a cabeça pendendo ao chão em sinal de rendição. Ele, ajoelhado ao seu lado sobre o assoalho duro de madeira, alternava entre massagens e cafunés. E esperava com paciência. As “crises de  escritora ”, como ambos acabaram por apelidar, costumavam demorar entre alguns minutos e diversos dias para acabar. — Eu não consigo escrever histórias de amor! — ela reclamou, muito mais histérica do que pretendia. Ele ergueu algumas mechas de cabelo que lhe caíam sobre o rosto e acariciou-lhe de leve a bochecha. Depois ergueu seu queixo com cuidado e beijou-lhe lentamente os lábios, os olhos, a testa. — Vai dar tudo certo, meu amor. Voc

Recôndito

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Um texto cravado e feito de sobras.      Eu nunca, nunca me entreguei a ninguém como a você naquela tarde. A tarde mais encantada da minha vida!     Quando dei por mim, já era noite e ainda te tinha do meu lado, ali, ofegante. E eu, era agora uma refém não mais apaixonada. Eu agora era sua amada, sua amante: "Te amo."     Aquela cena pareceu-me de cinema, um romance tamanho o encantamento! E pude experimentar sensações variadas e tudo o que de mais mágico aquele momento me proporcionou. Foi como a primeira vez. Foi a primeira vez! Contigo sempre tudo e nada. Tudo de mais humano e desumano. Tudo o que há de mais estranho, água e vinho, os extremos, o paradoxo incógnito que por tempos espreitei: a tua dualidade.      Te pertenci num instante que se eternizou único. Não nos pertenceremos a ninguém mais como neste dia, pois é como uma tatuagem intrínseca, que crava o nosso coração, marca a nossa história, e ainda que se queira apagar é irremovível.  Cada pessoa que cruza

Verde de esperança

A IMAGEM FOI RETIRADA DA INTERNET!!! O que muitos chamam de “humor negro”, eu chamo de uma coisa sem cor e que beira a sordidez. E se atribuem a charge acima a humor negro, metáfora, alusão, ou analogia, bem, eu sei o que é cada uma separadamente e acredito mesmo que possa ser, mas duvido um pouco quanto a parte do “inteligente”. O problema, no meu ponto de vista, que é à vista de um ponto, pequeno, porém significativo para mim, é o que há por detrás, nas entrelinhas, o preconceito entranhado sendo reproduzido e difundido, intrínseco e disfarçado com um pouco de humor e doses de piedade, afinal, é muita pena que as pessoas sentem das pessoas que vivem no Sertão, não é mesmo? Uma criança que reforça a caricatura e os estereótipos que foram sendo construídos durante décadas sobre o povo sertanejo considerado ignorante, aculturado e sem perspectivas apenas reforça o que aprendeu nos diversos espaços sociais que ela frequenta.  Pois bem, uma criança do Semiárido não conhece a