PENSAR NÃO OFENDE
Pastor que não passa por uma formação de
seminário ou faculdade não é pastor. E está aí minha posição a respeito: como poderá desenvolver atividades e ser o
líder espiritual e episcopal numa determinada comunidade cristã se não estiver
preparado para isso?
É tão trágico como quando alguém que não sendo médico exerce a medicina
sem a formação para tal... Poderá ajudar alguém a encontrar o diagnóstico para uma doença? Ou ainda, como
alguém que nunca passou pela licenciatura, de uma hora para outra, por um
"chamado", se torna professor? Como será sua mediação numa sala de
aula se ele não compreende os passos filosóficos, metodológicos e didáticos imprescindíveis
para quem atua na formação de pessoas? Ou ainda como um pseudo- farmacêutico resolve
abrir uma farmácia sem muito ou nada a saber sobre remédios? O resultado é o caos.
O mesmo tem acontecido na religião, especificamente a cristã- protestante. Pessoas que afirmam ter tido encontros com Deus resolvem, de uma hora para a outra, que foram chamados para uma
missão: levar a palavra de Deus aos oprimidos, pecadores e necessitados de Sua
luz. Tudo muito lindo e emocionante, mas, já que houve o chamado, a pessoa então que capacite-se para tanto e Deus
irá potencializar o seu Ministério, se ele realmente vingar. Isso quando não for um surto de loucura ou puro oportunismo.
Ando meio cética com relação a esses
"estalos" e "chamados", pois tenho visto pessoas
fazendo mal uso da palavra de Deus e do Evangelho de Cristo por muito pouco saber
sobre ambos. Passeiam pela superficialidade, ou supervalorizam uma experiência transcendental.
Substituem o evangelho por tambores, tamborins (plagiando celebrações e ritos de outras religiões, que inclusive eles próprios demonizam), paletós, gritos, revelações,
ameaças, verdades absolutas que tiram de suas cabeças e apregoam ser a mando
dos céus, como já vi em muitas igrejas: abrem a bíblia a ermo e no versículo
que cair começam a pregação, findam a noite em conversas clichês a dizer o que bem querem, sem
contextualizar, sem ter o cuidado de preparar uma palavra aos seus fiéis, irmãos
e ovelhas (ou seja que outro nome tiverem).
Preocupam-se tanto com a própria riqueza e
em ostentar bens materiais, que acabam esquecendo-se do bem estar de suas próprias ovelhas, que
sofrem com um sistema capitalista opressor todo tipo de mazela social e vão até
a Igreja na busca de paz interior e mais ligação com Deus para acalentar seus corações sofridos. E o que encontram na Igreja? Ultimamente, as
igrejas tem tido tudo, menos a essência de Deus. Templos enormes, grupos de adoração
equipados e profissionalizados, festas, retiros espirituais (nada espirituais) tão caros que muitos dos membros passam o ano inteiro economizando para poder pagar
e ter acesso. Aliás, estes "pastores" têm pregado que se há um membro
miserável na igreja, é porque ele está em pecado, amaldiçoado, ou devendo o
dízimo. Não buscam auxiliar a ovelhinha, mas se dizem filantropos e
assistencialistas. De quê mesmo, se nem a sopa aos moradores de ruas e de bairros pobres eles se predispões a fazer?
Tudo isso é culpa da falta de formação
pastoral. Sim, pois o "ramo" é bastante complexo, já que lida com pessoas em seus
diversos momentos na vida, há aconselhamentos, serviço social, educação,
psicologia e ainda, a parte espiritual que também inspira muitos cuidados.
Eu não tenho aqui a mínima intenção de desconsiderar as pessoas que não são acadêmicas, não se trata disso. É por valorizar demais a "profissão pastor " (que no fundo é o que virou mesmo) e por saber de todas as implicações para tal função, que traço essas linhas com a intenção de socializar um pensamento com bons argumentos, que trazem muito da realidade. Hoje qualquer pessoa pode dizer que recebeu o chamado pastoral, arrumar alguns fiéis e abrir uma porta com uma faixa escrito igreja, templo do senhor, etc. etc. Isso é irresponsabilidade, não se preocupar com seu ato de fé, com a fé das pessoas e se preparar para cuidar delas.
Eu não tenho aqui a mínima intenção de desconsiderar as pessoas que não são acadêmicas, não se trata disso. É por valorizar demais a "profissão pastor " (que no fundo é o que virou mesmo) e por saber de todas as implicações para tal função, que traço essas linhas com a intenção de socializar um pensamento com bons argumentos, que trazem muito da realidade. Hoje qualquer pessoa pode dizer que recebeu o chamado pastoral, arrumar alguns fiéis e abrir uma porta com uma faixa escrito igreja, templo do senhor, etc. etc. Isso é irresponsabilidade, não se preocupar com seu ato de fé, com a fé das pessoas e se preparar para cuidar delas.
Estamos entregando nossa comunhão e fé
muitas vezes a pessoas que não estão prontas para isso. Não basta apenas a
vontade espiritual ou o interesse financeiro. O evangelho de Deus é uma
responsabilidade e do jeito que está sendo “conduzido” tem sido muito fácil,
lucrativo e aleatório. Não estou colocando a ciência dentro da Igreja, mas existe a teologia e ela é sim imprescindível!
Quer ser pastor? Que estude a bíblia, as liturgias, a história...Enfim, para uma boa execução do seu ministério, se "profissionalize" de modo teórico sim, isso não faz mal e nem abala a fé de ninguém. Está na moda ser missionário, apóstolo e uma série de títulos que são autodenominados por pessoas que não tem a mínima noção do que estão fazendo de fato, ou tem até demais e querem mesmo se aproveitar dos outros.
Por
fim, finalizo com a fala de Leonardo Boff que ratifica muito do que expressei
aqui.
Ana Paula Duarte. Pense numa
agonia!
Comentários
http://www.youtube.com/watch?v=4cP26ndrmtg
E outro desejo: que nos passemos
a visitar.
Bj.
Irene Alves