Refletindo Educação e a Sociedade Capitalista

      Na verdade, não é a interrupção da programação normal, é sim algo cada vez mais comum na minha vida: falar, escrever, enfim, respirar Educação. E falar de educação sem envolver cultura e sociedade é estanque.
      Temas que se engendram e se inter-relacionam de modo dialógico, interdependem-se e influenciam ao outro diretamente. Por isso, talvez, seja tão complexo que as Instituições Educacionais em seus diversos segmentos sociais (espaços formais e não-formais) consigam estabelecer de forma dialógica essa relação na prática, implementando e garantindo assim uma educação que não apenas reflita sua cultura e sociedade, mas que a discuta, que a avalie e a transforme.
       Em meus estudos dotados de muita curiosidade e paixão a cada texto, artigo e livro lido, tenho encontrado muitas informações e saberes interessantes, principalmente no campo da educação popular > educação contextualizada > educação do campo. Gostaria de socializar aqui dois vídeos nada maçantes e que se relacionam dialogicamente, principalmente para nos levar a refletir sobre o modelo atual de sociedade vigente. Sim, relacionando capitalismo, capital cultural e educação.
      Seguem os vídeos, em ordem lógica.


                                               Vídeo do youtube: O Emprego.

    "O espetáculo submete para si os homens vivos, na medida em que a economia já os submeteu totalmente. Ele não é nada mais do que a economia desenvolvendo-se para si própria. É o reflexo fiel da produção das coisas, e a objetivação infiel dos produtores.
      A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social levou, na definição de toda a realização humana, a uma evidente degradação do ser em ter. A fase presente da ocupação total da vida social em busca da acumulação de resultados econômicos conduz a uma busca generalizada do ter e do parecer, de forma que todo o «ter» efetivo perde o seu prestígio imediato e a sua função última. Assim, toda a realidade individual se tornou social e diretamente dependente do poderio social obtido. Somente naquilo que ela não é, lhe é permitido aparecer. "
Guy Debord Sociedade do Espetáculo.

   Esse Curta-metragem argentino foi vencedor de 102 prêmios internacionais. É uma produção da Opusbou.
       Para provocar o debate entre a tríade Educação, Sociedade e Cultura (que inclusive foi tema da última seleção de mestrado que fiz e tive que escrever 5 laudas- uaai), segue o 2° vídeo, onde dois titãs do pensamento moderno se reúnem para um debate.
                                                               Vídeo do youtube
       Trazendo a ideia central debatida no vídeo-debate,  Chomsky "acredita que para alcançarmos uma sociedade mais igualitária e justa deverá ter um sistema anarcosindicalista, federativo, descentralizado, de associações livres onde os seres humanos não tenham que ser forçados a colocarem-se na posição de ferramentas, de engrenagens na máquina."
        Já Foucalt, "acredita que o poder está localizado nas mãos do governo que o perpetua exercendo e administrando suas várias aparelhagens, como por exemplo a polícia e o exército. Um aparato criado para nos manter na linha e nos punir. Ele também acredita que o sistema de ensino(escolas/faculdades) são pensados no sentido de  manter no poder uma determinada classe social e excluir dos instrumentos de poder outra classe social que não seja a dominante. Fala ainda sobre a mentira da psiquiatria, tudo isso dividindo os seres humanos em classe opressora e classe oprimida."
       Ao terminar do vídeo fiquei pensando o quão pertinente e atual o debate de Foucault e Chomsky se configura! Principalmente em tempos que se discute tanto educação e a problematização dos diversos processos educacionais que o Brasil vem enfrentando no que tange o desenvolvimento, a garantia do aprendizado e a formação técnica e/ou humana- que engendra também  as concepções sobre educação e faz emergir uma série de perguntas diárias e umas mil teorias que buscam instrumentalizar ou ao menos entender de modo científico por que está tão difícil se fazer educação no Brasil. E a pergunta que paira sobre as cabeças dos(das) educadores(as): "Será que estamos fazendo o certo ou o errado?". Como se houvesse fórmulas mágicas e rótulos de "certo e "errado".
      Começar a pensar nessa tríade  de modo a relacioná-las, pode ser um bom instrumento para que a Escola e os demais espaços formativos da sociedade sejam democráticos, plurais e multiculturais, deixando de dançar conforme a velha e repetitiva música do pensamento dominante, mas que ela dance uma melodia libertadora, crítica e transformadora. Vamos tentar!:)
       Vez ou outra vou postando meus fichamentos e anotações de estudos para compartilharmos ideias, teorias, sugestões práticas, etc.
Ana Paula Duarte

Comentários

PAULO TAMBURRO. disse…
ANA PAULA,

excelente seu trabalho de pesquisas e excelentes informações!

Um abração carioca.

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