O rasta e a bailarina

Ele, tinha em suas mãos o tamboril
Rústico, prudente para o momento
Usava chapéu semelhante d'um duende- vermelho
Que escondia parte do seu cabelo rastafari.

Ela, seminua
Bailava loura e fantasticamente definida
Pernas longas torneadas
Barriga lisa, ela girava.

A loira gringa, cara de alemã
O rasta negro, a cara do Vale cravado entre as montanhas.
Um encontro mágico: abrasileirado.
Louvavam os deuses da Natureza plena.

Ele tocava, ela sambava
Ele  fumava, ela tragava.
Ele com seu tambor evocava os Orixás
Ela com sua dança encantava os Orixás.

Ela tocava bailando.
Na cachoeira a água fazia seu som
Na plateia transeuntes catalisados
Pela singeleza do momento

O rasta e a bailarina
E os ritos, e o tambor, e as palmas, e as mãos na água.
O bailar místico do culto às divindades.
Vi semideuses em arte.




                                                        Foto: Ana Paula Duarte


Ana Paula Duarte. Inspirada em fato real.



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