Relax, e tudo fica diferente!

     E eu que já quis tantas coisas. Tantos sonhos vãos, tantas águas passaram e os moinhos não foram movidos. Tantas coisas outras foram acontecendo, outras vontades surgindo e o caminho, esquina a esquina, foi curvando e curvando, até que os planejamentos foram sendo esquecidos. 
     Não acredito em vida sem planos, mas a vida, essa sim não está nem aí para eles, é como a criança sentada no batente de um terreiro se deliciando com uma manga, ela lá está preocupada se lambuza ou não? Ela só quer saborear. E o que vem de resto é lucro. E todo o resto é vento, é acaso. E por acaso, será que Deus passeia por ele?
     E eu que já quis tantas coisas, hoje só quero o sossego essencial de ser humanidade, que peregrina por este planeta e que troca lições com os demais caminhantes sem muito esperar e sem apegos maiores. Isso sim nos livra de enxaquecas e decepções posteriores, isso é internalizar de uma vez o quão divino e imprevisível é ser gente.
    E por mais que existam pessoas desumanas que só estão esperando uma fragilidade qualquer para detonar-me de críticas, eu quero ser que nem criança, feito a minha vózinha  que dá um nó nos braços, sorri e presenteia a todos com uma "banana", mostrando que não está nem aí para a nossa "lucidez". Aprendamos a dar “banana”, ao invés de gritar ou revidar aos atos cotidianamente desumanos nessa contemporaneidade nude... Eu quero colorir!
      E amanhã, serão outros sonhos, outras gentes, possibilidades e moinhos. Mas no fim, só o amor prevalece e o que me dá alegria em ser humana é justamente poder senti-lo sem medo e sem gelidez.
      E eu queria poder abraçar àquelas pessoas que andam por aí apregoando o mal e dizer-lhes que a vida é muito mais que aquele quadradinho ali, mas prefiro a opção da banana, pois assumo minhas limitações, o orgulho é um fato e sinto que não faria muita diferença. A própria vida se encarrega de mostrar o que vale a pena. E quem é que são os verdadeiros "gigantes" dessa terra.
    Ser escravo da sociedade dói. Buscar a aceitação coletiva é uma utopia que beira a psicose. Não, não... Existem coisas mais importantes! E quem quiser segurar na minha mão e dançar ciranda, não terá do que se arrepender. Nada de tomar a cruz, eu quero é tomar sol!
     E sempre que intento planejar, tudo se desfaz...Mas eu já não choro e nem me faço de pobre vítima, deixo que se desfaçam, abraço o acaso e ele me é bem aconchegante. Não estou temendo me arrepender muito no futuro, de uma coisa sei: posso não ser tão lúcida, porém não costumo ser covarde. 
    E agora caminho lembrando de uma frase que ouvi certa madrugada insone em um seriado: "Enquanto a gente planeja a vida, Deus dá risada." Não deixarei de ter novos sonhos e intentar novos planos, mas, os farei sorrindo e, se nada der certo, continuo sendo gente. 
:D







Ana Paula Duarte.

Comentários

Minha querida

A vida ´e feita de pequenos momentos de felicidade que temos de prender nas nossas mãos e tornar eternos.
Adorei a realidade e verdade do teu texto e deixo um beijinho com carinho.

Sonhadora
Thiago Castilho disse…
Obrigado, minha querida, pelos elogios. Gostei do seu esconderijo também. "Buscar a aceitação coletiva é uma utopia que beira a psicose. Não, não... Existem coisas mais importantes!" Vc tem toda razão. É preciso fazer a descoberta de si mesmo numa viagem pelo conhecimento, o que segundo minha experiencia, se for profunda, a viagem, levará a ética e a arte. Um beijão.
Evanir disse…
MINHA QUERIDA.
LI COM MUITA ATENÇÃO SEU TEXTO TENHA CERTEZA QUE PARA MIM A MANEIRA QUE ESTOU HOJE.
FOI COMO LER ALGO FEITO COM EXCLUSIVIDADE PARA MIM.
LINDO TEXTO ADOREI ACREDITE.
UMA LINDA NOITE.
BEIJOS ..EVANIR

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